Guerra e esporte ao vivo

            Como acompanho esporte e guerra.           

           No final de 2014 eu quase parei de acompanhar esportes tradicionais por vários motivos. Sendo o principal deles a decepção com a Copa do Mundo que aconteceu no Brasil naquele ano. Fiquei acompanhando apenas o chamado esporte eletrônico, campeonatos de videogame. E de esporte físico só restou as lutas da Ronda Rousey. Uma lutadora de judô dos Estados Unidos que foi lutar MMA.

            Eu não gosto de lutas de MMA. Não gosto de nem um tipo de luta casada. Onde você vai para a competição para lutar contra apenas um adversário. Eu gosto do Judô. Onde você tem que lutar contra vários no mesmo dia, e precisa de uma estratégia ampla se quiser ganhar. Mas apesar disso, quando eu começo a apoiar um lutador eu o sigo em qualquer luta que ele decida disputar. E foi assim que eu terminei acompanhando toda a carreira de Ronda Rousey no MMA. Outro dia eu conto como ela sempre ganhava com a mesma técnica de judô, o juji gatame, mas por hoje basta contar que depois que ela parou de lutar eu parei de assistir qualquer esporte que não fosse videogame. 

   

Pódio de judô, Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. Ronda Rousey é a segunda na foto com a medalha de ouro.


            Eu só voltei a acompanhar o chamado “esporte tradicional'' em 2019 e por causa de um livro muito bom. O Velho e o Mar de Ernest Hemingway.

            Esse foi um livro que eu li quando eu tinha treze anos e que eu na época achei legalzinho. Eu simplesmente não entendi porque os adultos achavam aquele livro tão sensacional. O autor ganhou muitos prêmios por causa desse livro, mas na época eu não conseguia entender o motivo.

            Foi só em 2019 vendo um vídeo sobre aquele livro que eu entendi como ele era muito mais profundo do que o meu Eu de treze anos conseguia entender. O livro conta a história de um pescador cubano que adora baseball. Mas ele sempre está no mar pescando enquanto acontecem os jogos. E mesmo quando chega cedo ele tem que dormir para ir pescar de novo no dia seguinte. Então ele não tem como ir atrás de uma televisão para assistir aos jogos. (Ele não tem televisão em casa.) Mas ele não deixa de acompanhar o baseball.


            Ele acompanha através dos jornais que encontra no lixo. Às vezes ele só fica sabendo como foi um jogo dias depois, mas mesmo assim ele consegue viver o esporte. Se inspirar no esporte para ir trabalhar de novo.
 
            Na época que eu reencontrei esse livro eu fiquei pensando em mim mesmo no meio da rua de madrugada rodando por bares atrás de uma televisão que estivesse passando a Ronda Rousey lutando. Como aquilo foi sofrido, humilhante e inútil. Nem eu nem aquele pescador do livro nem ninguém precisa acompanhar seu atleta favorito ao vivo. Isso é uma bobagem. Pois eu posso admirar um atleta mesmo só conseguindo saber o que aconteceu dias depois. Às vezes mesmo décadas depois. Hoje existem muitos fãs de Ayrton Senna que nasceram depois de 1994. E não viram ele correndo. Mas leram sobre ele, assistiram corridas gravadas, assistiram documentários. Assistir esporte ao vivo é fútil. Ainda mais em um esporte como o MMA em que seu atleta pode ser espancado e desmaiado. Às vezes seguir esse atleta no instagram e mandar mensagens é muito mais importante do que assistir ele apanhando. Ainda mais se não for um atleta famoso. Mandar uma mensagem depois de uma derrota desejando que ele se recupere pode ser muito mais importante pra você e para ele do que assistir ao vivo a luta.

            E sobre esporte hoje o que eu tenho para dizer é isso. Mas vamos passar para o segundo assunto do blog. Se quem está lendo isso ainda não percebeu para que estou escrevendo esse blog eu vou explicar de uma forma simples. Minha missão aqui é falar bem do esporte e mal da guerra. A guerra é uma coisa horrorosa mas se nós nos negamos a buscar informações sobre ela. Caímos o risco de sermos enganados por políticos criminosos que fazem da mentira sua profissão. 

            Hoje eu tenho assistido guerras ao vivo através da rede social Twitter. Mas mesmo vendo ao vivo é extremamente difícil entender o que está acontecendo. Por isso eu tomei a decisão de falar mais de guerras que já terminaram do que daquelas que estou assistindo ao vivo. E mesmo quando decidir falar sobre uma guerra que está acontecendo vou dar preferência aquelas que estão acontecendo a mais tempo. Sempre trazendo o esporte para amenizar o segundo assunto desse blog e que é tão terrível.

        Desejo paz a quem está lendo e ao mundo.  

        E-mail, paypal e pix: diegosergioadv@gmail.com

        Fontes:           

         HEMINGWAY, Ernest. O velho e o mar. Edição Português. Editora, Bertrand Brasil, 2 setembro 2013.

                        Vídeo do canal tatianagfeltrin sobre o livro o Velho e o mar. 



 

Comentários

  1. Fiquei com vontade de ler o Velho e o Mar. Sobre ver esporte ao vivo, tenho apenas um comentário a fazer: se o esporte não tem público, não se sustenta por muito tempo. No mundo da audiência, visualizações e likes, se o esporte não é visto, sua repercussão tende a ser menor. Mas, entendi o seu ponto. Hoje em dia não assisto mais esporte ao vivo por falta de tempo mesmo, não por opção. Parabéns pelo blog.

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    2. Só vi esse comentário agora. Estive muito ocupado e só estou retornando agora. Mas muito obrigado.

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