Correndo ou andando

           

Foto tirada pelo governo da Eslováquia

Oi leitores. Assim que comecei esse blog já falaram que eu devia falar sobre o soldado que inspirou a origem da maratona. Então esse dia chegou vou falar do tal soldado. O mais importante que tenho para falar sobre esse importante personagem é que… ele nunca existiu. 

Segundo a lenda, depois que os gregos ou helenos venceram o exército persa na praia de maratona, um soldado foi instruído para correr até Atenas para avisar da vitória. Assim que avisou ele morreu. Durante grande parte da minha vida fiquei me perguntando se tinha valido a pena correr tanto só para dar uma notícia. Ele não poderia ter ido andando? 

Só depois fui pesquisar e descobrir que essa história foi inventada muito depois. Hoje não vou colocar fonte no final do texto. Não tem fonte. Não tem ninguém confiável falando desse soldado mensageiro. Tem até um documentário sobre ele, feito por um canal de tv que adora contar histórias malucas.

Todo esporte tem relação com a guerra, mas o atletismo moderno tentou esconder isso. Apesar de terem usado o nome de uma batalha para nomear uma das mais importantes provas, (maratona), eles fizeram questão de não homenagear soldados de verdade, preferiram homenagear um soldado de mentirinha. E tiraram das modalidades a prova em que os atletas corriam portando armas e armaduras que existiam nos jogos olímpicos da antiguidade.  Eu não acho isso honesto. Deveria haver uma prova onde os atletas corressem carregando um fuzil. Seria muito mais honesto. Já que fingir que a guerra não existe e não tem relação com o esporte não faz ela menos real. 

Esse esporte se existisse seria uma forma de ensinar as crianças como a guerra é uma droga.

Quando nossas crianças quisessem brincar de guerra. Colocaríamos elas para correr e caminhar carregando um brinquedo de 5 kg, peso aproximado de um fuzil. Nada de atirar. Só caminhar e correr mesmo. Para lá e pra cá, igual um soldado e verdade faz na imensa maioria do tempo. Quando as crianças estivessem cansadas perguntaríamos se brincar de guerra é divertido.

   Fica parecendo que estou falando mal do esporte dessa vez. Mas não. Estou falando mal da Federação Internacional de Atletismo e do Comitê Olímpico Internacional. Atletismo é muito importante não porque seja o mais divertido dos esportes. Mas porque é o mais básico. Andar, correr, saltar e arremessar coisas fazem parte de nossa vida, queiramos ou não. Então praticar um esporte que nos prepara para essas atividades é algo bom. Um estádio de futebol pode gerar mais entretenimento do que um de atletismo, mas no de atletismo um número muito maior de atletas podem competir ao mesmo tempo. Por isso deveríamos construir mais estádios de atletismo. É bom se preparar para a guerra. E a melhor forma de se preparar é praticando atletismo. Talvez um dia precisemos andar 1.200 kms para fugir da guerra igual esse ucraniano de 11 anos da foto fez.   

Guerra é uma porcaria tão grande que estar preparado para ela às vezes é justamente isso. Estar preparado para fugir dela.


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