Sanções

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        Olá leitores.

Estou voltando aqui depois de semanas bem atarefadas para conversar sobre um assunto que vem nos afetando. Mas vou tentar me concentrar na Ilha de Cuba, pois nesse país que é nosso principal rival em jogos Olímpicos temos um exemplo muito mais útil para entender como sanções econômicas funcionam.

Eu adoro assistir a prata do Brasil em Sidney narrada por Galvão. A parte em que o brasileiro ultrapassa o cubano é absolutamente sensacional.

Mas sobre as sanções econômicas. Esse costume nasceu no mesmo lugar onde nasceram os jogos olímpicos na Grécia antiga. Lá os membros de uma comunidade chamada Atenas concluíram que era uma boa ideia viajar para outro lado do Mar Mediterraneo, que para eles era como ir para o outro lado do mundo, para lutar em uma guerra em que outra comunidade grega tentava resistir ao domínio do Império Persa. 

Foi um fato único na época, uma comunidade se importar com outra comunidade só por terem idéias parecidas. Como consequência dessa ação militar aconteceram as guerras médicas. Guerras entre gregos e persas. Por ocasião dessas guerras atenienses e espartanos se tornaram aliados. Os gregos venceram essas guerras. Vencendo e perdendo em batalhas célebres como Maratona, Termópilas e Salaminas.

Depois das guerras médicas, espartanos e atenienses tentaram continuar aliados. O problema militar que os espartanos mais enfrentavam no seu dia a dia, eram revoltas da classe social considerada escrava que eles exploravam.  Em uma dessas revoltas os atenienses foram ajudar. Mas chegando lá se compadeceram pelos inimigos. E tentaram resolver o problema conversando. Os espartanos que queriam ajuda para massacrar a rebelião e não para conversar pediram para os atenienses voltarem para casa. 

Dentro do mundo grego a diplomacia ateniense estava sendo mais forte do que a truculência espartana. Para os espartanos não fazia diferença. Atenas e seu crescimento eram uma ameaça. E eles foram a guerra contra Atenas.

Foi nesse momento que se deu o primeiro caso de sanções econômicas e esportivas que conhecemos. Com Atenas proibindo aliados de comercializar com espartanos. E em algum momento, espartanos também foram banidos dos jogos olímpicos. 

Aí podemos pensar sobre os reais efeitos das sanções. Quem mais sofreu com elas com certeza foi a classe mais oprimida dentro do território espartano. Porque quando a economia vai mal quem mais sofre é o mais pobre. Esparta não precisou mais se preocupar com revoltas. Com falta de comida não haveria força para se revoltarem. Espero não estar espoliando ninguém mas no fim os espartanos ganharam a guerra contra os atenienses.

Voltando para a medalha de prata do Brasil em Sidney e nossos companheiros de pódio. Os que ganharam com sobras a medalha de ouro, (contaram com ajuda de doping), eram dos Estados Unidos, país que vem massacrando Cuba com sanções a 60 anos. Cuba foi quem ficou com a medalha de bronze naquela corrida.

Alguns tem esperança que sanções façam o governo mudar seu comportamento, ou forcem a população a se revoltar contra o governo. Mas a verdade é que a população de Cuba não tem força para se revoltar, eles mal têm o que comer. Ser atleta é uma das formas de ter comida garantida. Por isso sempre há quem queira ser atleta e Cuba aparece bem nos jogos olímpicos. O regime que os Estados Unidos quer combater continua firme e forte.

Eu não gosto de sanções. Não gosto de ver as populações recebendo esses flagelo. Devíamos era garantir que essas pessoas recebessem comida e alimentação. Em 60 anos isso teria feito muito mais pela democracia em Cuba do que a fome que os Estados Unidos impõem contra aquele povo. Cubanos que com todas as sanções deveriam ter ficado com a prata naquela corrida porque os vencedores comprovadamente trapacearam.

  

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