Capítulos

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Atletas ucranianas


Eu já venho falando de como eu acompanho esporte e guerra nos meus textos, mas hoje pretendo dar uma atualizada. O esporte que eu escolhi viver foi o judô. Eu tomei essa decisão em maio de 2021. Em junho houveram os jogos de Tokyo de 2020 que tinham se atrasado por causa da pandemia. O judô competitivo nos principais torneios é dividido em o que eu vou chamar de quinze capítulos. Ou seja, são quatorze categorias de peso, sendo sete masculinas e sete femininas e a competição de equipes. Enxergando uma competição dessas como se fosse um livro o capítulo que eu menos gosto é a categoria para lutadores com mais de cem quilos e o capítulo que eu mais gosto é a categoria para lutadoras com menos de quarenta e oito quilos. Apesar disso, eu decidi acompanhar ao vivo todas as competições de judô dos jogos olímpicos de Tokyo. Mas vou começar explicando como eu fiz com o mais de cem quilos.

Como dito antes eu na maioria das vezes não faço questão de assistir ao vivo um esporte mesmo que eu esteja disposto a acompanhar ao vivo. Acompanhar não é a mesma coisa que assistir. No caso da categoria mais de cem eu acompanhei pelo Google. Eu abri uma página que o Google disponibilizou que mostrava quais lutas estavam acontecendo e os placares. O placar do judô mostra se a luta está acontecendo ou pausada. Quantos minutos e segundos ainda restam, e também mostra as punições e os pontos. E foi assim que eu fiz durante o mais de cem quilos que aconteceu no sétimo dia de jogos. Só quando o brasileiro foi lutar que eu acessei o site da globo para assistir ao vivo de graça e legalmente. Depois que o brasileiro perdeu eu acompanhei um pouco mais depois fui dormir.

Agora no dia do menos de quarenta e oito que é o capítulo mais importante eu dei um jeito de assistir todas as rodadas e também a final.

Em uma das lutas que decidia quem ia lutar por qual medalha ou seja, quem ganhasse ia disputar a medalha de ouro e quem perdesse ia disputar a medalha de bronze. Tinha uma moça ucraniana lutando. não lembro contra quem. Mas ela me chamou muita atenção por não ter demonstrado nem uma reação quando perdeu. Pouco depois ela voltou para lutar pelo bronze e venceu. Nesse momento ela começou a chorar muito e de tristeza. Como a Globo faz uma campanha de fingir que todas as medalhas são iguais, o narrador começou a gritar: "vejam a atleta comemorando o bronze". Mas ela não tava comemorando coisa nem uma, ela estava era arrasada por não ter conseguido o ouro. Nesse momento eu me comovi com o choro dela e fui procurar o instagram. 

Eu gostei muito do Instagram dela. Muito diversificado. Práticas de esportes, participação em eventos de cultura e moda. Propagandas de roupas e comidas. Você pode pensar que isso é errado e que devia haver apenas judô. Mas a questão é que o Instagram é uma ferramenta para conseguir dinheiro ou como os atletas falam patrocínio. Então ela tem que cuidar das marcas que patrocinam e que não são só marcas ligadas ao judô, tem marca de tudo no mundo. Algumas horas depois ela pediu desculpas por ter desprezado a medalha de bronze que ela sabia que era importante e tal mas que no momento ela estava muito triste.

Até esse momento eu não tinha muita simpatia pela Ucrânia nem pelos ucranianos. Mas eu fui aprendendo a conhecer um pouco deles. E quando as tropas russas estavam posicionadas para a invasão eu fiquei preocupado. E quando finalmente aconteceu eu fiquei muito triste.

Notícias sejam de esporte, de guerra ou do que quer que seja são sempre mais importantes quando acontecem perto da gente. É por isso que um campeonato que eu fui assistir no Juazeiro do Norte é muito mais importante que o Mundial de judô que aconteceu nem sei onde. Eu vou acompanhar o Mundial de judô como quem lê um livro. Começando pela categoria de mais de cem quilos. E indo para as mais leves. Eu nem sei como a Daria, essa moça ucraniana que eu falei, se saiu no Mundial. Vou saber lá pelo capítulo doze que é onde eu posicionei a categoria que ela lutou. Mas abrir meu Instagram hoje e ver ela alegre me deixou tão feliz. 

Não é uma pessoa que mora perto de mim e por isso não é tão importante mas a alegria não tem fronteiras. É por isso que as notícias da guerra na Ucrânia não são mais tão urgentes. Ainda é uma desgraça o que está acontecendo lá, mas se os ucranianos estão seguindo em frente eu que moro tão longe preciso seguir também.

Lembrando que a Daria é a moça vestida de ginasta não a vestindo judô gi.

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